segunda-feira, 14 de maio de 2012

John Mayer - Born and Raised


Eis que ressurge das cinzas o som amargo do pedaço. Muito deixou de ser mostrado e falado, e tantos desses valiam a pena uma postagem aqui. Só John Mayer salva.

Estou de volta porque nenhum outro artista seria capaz de quebrar esse hiato tão grande aqui no Bitter. Hoje vazou na internet o novo álbum do John. Devo dizer (esqueçam que sou fã): está ótimo.

Se você conheceu o John nerd do Any Given Thursday, o garoto (en)cantando Daughters, o louco das guitarras em Continuum, o pagodeiro (trocadilho pra dor de cotovelo, não pude evitar) em Battle Studies... Bem, esqueça tudo isso. Nosso John agora é do country.

Dizer que esse álbum é country é forçação de barra. É um álbum John Mayer com outras influências. Viaja do folk ao quase indie, acordes country e uma melodia mais pop em alguns refrões. Nada pra se espantar. Eu arrisco dizer que muitas dessas canções caberiam muito bem em outros discos do cara, assim como Tracing, Stop This Train, The Heart of Life e até Who Says seriam perfeitas candidatas a faixas do Born and Raised.

1. Queen of California 9,5/10


Não há melhor maneira de começar o álbum do que com Queen of California. Recentemente foi liberado um lyric vídeo dessa canção, que, ao que tudo indica, deve ser novo single. Não sei se concordo muito com a escolha mas posso me surpreender. Achei que estivesse ouvindo Amos Lee ou Ray LaMontagne até que a voz do John entrou e eu me liguei. "Hello wonder, what's your name?" Taí uma parte que não me sai da cabeça. "To virando a página e to na pista pra negócio"... Quase nessas palavras.

2. Age of Worry 8/10


Um dos melhores começos. Dá uma emoção ouvir isso, me encantei de primeira. Só não sou fã do refrão que fica repetindo "age of worry". Não soou bem aos meus ouvidos apesar da letra nesse trecho ser sensacional. Tá sambando na cara da preocupação. Mais direto que isso, impossível. Adorei as percussões.

3. Shadow Days 8,5/10


É o carro-chefe desse álbum. Tudo foi bem feito nessa música: vocais, melodia, arranjo. Shadow Days é a música que tem maior link entre as produções antigas e o novo álbum. O toque country está ali junto com os vocais característicos no refrão e a letra que enfatiza toda a atmosfera desse álbum. Pode soar "bonitinho mas ordinário" mas, considerando toda a ideia do disco e a necessidade de mostrar isso aos ouvintes de forma comercial, Shadow Days é a escolha perfeita para primeiro single. E contrário do que muitos acham, eu não concordo que ela está perdida entre as outras 11 faixas. Muito boa!


4. Speak For Me 8,5/10


Me lembrou o australiano Bernard Fanning (que sou fã). Por soar um pouco old school, eu assemelho a vibe Beatles de Blackbird - não sei - e algo meio Guster. To cheio das influências mas sei que adorei.

5. Something Like Olivia 10/10


A versão em estúdio saiu exatamente como eu queria! Tá Eric Clapton, tá Dave Knowles, tá Susan Tedeschi... Melhor vibe do álbum. Os vocais de fundo estão impecáveis e fluindo muito bem com a guitarra no meio. É a prima mais elaborada de Perfectly Lonely. PS. Olivia Duhnam TE AMO!

6. Born and Raised 10/10


Nunca uma música título do álbum foi tão coerente (e tão boa). Pra mim, essa é a melhor música do álbum. Gaitas *-* John Mayer com GAITAS, pessoal!!! Letra profunda, começo sensacional. John fala até da família, num trecho um tanto quanto forte. É a sua maturidade musicada, seja por vontade própria ou "all comes on without warning".

7. If I Ever Get Around To Living 9/10


Existe uma bíblia escrita por Neil Young? Tem sempre uma semelhança com o folk-rock aqui e ali. A mudança que a música tem do meio pro final é muito boa e orgânica. O começo é mais um violão que precede a voz mas depois se une aos falsetes. Algo meio anos 70, agradabilíssimo de ouvir.

8. Love Is a Verb 10/10


Minhas preces foram ouvidas! A música que eu mais torcia para entrar no álbum está finalmente no repeat aqui no meu iPod. Essa é o hino dos corações apaixonados desse álbum. Capaz de derreter qualquer coração gelado (soltei uma gargalhada ao lembrar disso (http://lynnglommy.files.wordpress.com/2011/11/1242413281391_f.jpg) e acalmar todos os sentidos. É uma injeção de calmaria. Eu simplesmente amo tudo nessa música. A voz, a guitarra, a melodia, o piano que não tinha na versão live que tanto ouvi. Não é a preferida de muitos, é algo água com açúcar mas é inegável o talento desse cara em criar músicas românticas sem ser brega. Pena ter apenas 2:28 pois eu ouviria um álbum inteiro dessa belezura.

9. Walt Grace's Submarine Test, January 1967 8,5/10


"Nome esquisito. O que é isso?". Também pensei isso. Não importa! Taí Beatles de novo. To louco ou realmente parece? Isso é um trompete no começo? Sou n00b nisso mas o que realmente importa é que funciona muito bem como intro. Gostei muito! Me lembra Guster, Indigo Girls. Se for pra citar algo diferente, cite essa música de nome estranho. Não consigo me livrar dos pianos no meio.

10. Whiskey, Whiskey, Whiskey 9,5/10


Já me ganhou no primeiro segundo. O violão é meio genérico mas novamente estão ali os vocais de fundo marcando presença e na segunda parte a gaita não nos deixa. Impossível não amar. A quebrada na bridge, com a mudança do refrão e a entrada de outras guitarras sutis me fascinaram. Não tinha gostado tanto da versão live, acho que por causa do refrão repetitivo mas até que não comprometeu o resultado final... Até porque a letra é sensacional. To surpreso!

11. A Face To Call Home 10/10


Ótimo começo mas só comecei a amar do meio pro final. Que beleza de música. Arrancou cada arrepio com essa antecipação de algo maior. A guitarra louca tá bem Coldplay e outros sons britânicos, gostei muito. Dá pra viajar sem medo de ser feliz. Eu esperava um final mais calmo mas quem se importa? Eu esperava porque tava seguindo uma fórmula de bolo, não me decepcionei. Linda demais.

12. Born and Raised (Reprise) 10/10


Para tudo e pé na estrada! Bob Dylan no banco de trás e vamos queimar uns marshmallow. Genial uma voz pop cantando um country, blues... To apaixonado. Já tinha ficado admirado com a prévia e agora o que eu mais quero é colocar a mochila nas costas e sair sem rumo. Me perder pra me encontrar.

Como Richard Young disse: Analisar menos e absorver mais. Esse é um álbum de um cara de se perdeu pra se descobrir. Por que não analisar isso tudo como algo novo? Novas experiências, novos sentidos... E essa ideia casa muito bem com essa miscelânea de influências apresentadas nesse álbum. Tá tudo muito coeso. 

Senti falta de algumas músicas mas o resultado foi simplesmente tudo o que eu esperava: Bold as love.
Que venha 22/05!

3 comentários:

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